Depois da aprovação da Medida Provisória que permite ao Banco Central (BC) fechar acordo de leniência com instituições financeiras, o governo deve enviar ao Congresso a nova lei de resolução bancária, que permitirá, em último caso, injetar dinheiro do Tesouro Nacional para socorrer bancos em dificuldade.
A medida se aplicaria a instituições financeiras sistematicamente importantes, como os grandes bancos públicos – Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil – e ainda Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e BTG Pactual. Hoje, o socorro a bancos com recursos do Tesouro não é permitido, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). De maio de 2000, a legislação traz em seu artigo 28 a proibição de uso de recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer as instituições, “salvo mediante lei específica”.
A questão é polêmica justamente porque, na década de 1990, o governo foi acusado de injetar bilhões nas instituições financeiras em risco por meio do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fornecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). O Proer foi sepultado pela LRF e a possibilidade de chamamento do Tesouro – ou seja, de dinheiro público – poderá voltar somente a partir de critérios e formas que serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Proer
O Proer, lançado em novembro de 1995, autorizou o repasse de dinheiro público (mais de R$ 16 bilhões) a bancos privados que estavam quebrados. O argumento do governo de Fernando Henrique Cardoso era de que, sem a medida, haveria um colapso bancário e financeiro no País.
Além de atualizar o marco, que tem mais de 40 anos, as mudanças visam a aperfeiçoar a liquidação e a intervenção de bancos em dificuldade com a criação de determinados instrumentos. Com cerca de 150 artigos, a nova legislação traz avanços como a possibilidade do uso do bail-in, que estabelece de forma compulsória a utilização de recursos de acionistas para a absorção de prejuízos e recapitalização de instituições financeiras.
Em discussão há mais de cinco anos, a nova lei de resolução bancária deve tocar em outros assuntos sensíveis, de acordo com uma fonte que ajudou na formatação do marco. Entre eles estão a sucessão fiscal para novos administradores e a inexistência de ganho de capital quando concedido desconto a credores (haircut do passivo). Esse último assunto chegou a criar questionamentos por parte da Receita Federal, que desejava tributar o desconto, conforme a mesma fonte, mas o BC teria contornado a questão.
Procurado, o Banco Central não comentou o assunto.
http://www.sinfacsp.com.br/noticia/socorro-a-bancos-deve-ter-ajuda-do-tesouro-estado-de-minas
O País voltou a registrar mais fechamento do que abertura de empresas em 2015. Assim como ocorreu em 2014, o saldo de empresas, medido pela diferença entre entradas e saídas do mercado, ficou negativo: as saídas totalizaram 713,6 mil empresas e as entradas somaram 708,6 mil. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre) referente a 2015, divulgado nesta quarta-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Havia no Brasil 4,6 milhões de empresas ativas que ocupavam 40,2 milhões de pessoas, sendo 33,6 milhões (83,6%) como assalariadas e 6,6 milhões (16,4%) na condição de sócio ou proprietário. Na comparação com 2014, houve ligeira redução de 0,1% no número de empresas, 5 mil a menos. O pessoal ocupado encolheu 3,9%, com extinção de 1,6 milhão de postos de trabalho, praticamente todo esse volume perdido entre as vagas assalariadas.
Entre as empresas sobreviventes na passagem de 2014 para 2015, houve aumento de participação do grupo que não possuía pessoas ocupadas, além de decréscimo na fatia das demais três faixas de ocupação, o que mostra que as empresas reduziram de tamanho, apontou o IBGE.
Os salários e outras remunerações pagos pelas entidades empresariais totalizaram R$ 982,4 bilhões em 2015, com um salário médio mensal de R$ 2.168,91, equivalente a 2,8 salários mínimos.
A idade média das empresas ativas em 2015 era de 10,9 anos. Do total de empresas ativas, a taxa de sobrevivência foi de 84,4%; a taxa de entrada, 15,6%; e a taxa de saída, 15,7%. Segundo o levantamento, 97,7% do pessoal ocupado assalariado no ano de 2015 estavam nas empresas sobreviventes; 2,3%, nas empresas recém-criadas; e 1,5%, nas empresas que saíram do mercado.
As Atividades imobiliárias foram a atividade econômica que apresentou a maior taxa de entrada (22,3%), enquanto Informação e comunicação registrou a maior taxa de saída (21,1%).
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,fechamento-superou-abertura-de-empresas-em-2015-pelo-segundo-ano-consecutivo,70002026912
Enquanto a política passa por um período turbulento, a economia segue seu próprio rumo e reúne uma série de variáveis que indica que o País está saindo da maior recessão de sua história.
Até o fim do primeiro semestre deste ano, a queda da inflação e a redução dos juros eram os principais indicadores que os analistas usavam para sinalizar a melhora da economia brasileira. Contudo, ao longo de agosto e início de setembro foram divulgados dados importantes que mostram a recuperação em mais setores que agregam os indicadores anteriores.
O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre registrou alta de 0,3% em relação ao mesmo período de 2016, a primeira variação positiva nesse tipo de comparação após 12 trimestres consecutivos de retração. Com participação de 73,3% no PIB, o setor de serviços cresceu 0,6% entre abril e junho, na comparação com o primeiro semestre do ano. Outro dado positivo, na mesma base comparativa, é o do consumo das famílias, que, após estabilidade nos primeiros três meses do ano, teve alta de 1,4% no segundo trimestre.
Setores específicos também têm apresentado resultados interessantes. A produção da indústria cresceu 2,5% em julho em comparação com o mesmo mês do ano passado e acumulou alta de quase 1% no ano. Além disso, 17 das 26 atividades industriais registraram dado positivo, sinalizando dispersão do aumento de produção.
No varejo, a Pesquisa Mensal do Comércio mostrou que o setor cresceu 4,4% em junho frente ao mesmo mês de 2016. No acumulado do ano, o comércio varejista passou de uma contração (-0,5%) para alta de 0,3%. Ainda em junho, todos os segmentos do comércio analisados pela pesquisa tiveram crescimento nas vendas na comparação interanual.
O mercado de trabalho também apresenta números positivos. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), braço do Ministério do Trabalho e Emprego, seis dos nove grupos de atividades registraram mais admitidos do que demitidos em julho – o comércio apontou pouco mais de 10 mil novos contratos com carteira assinada, enquanto o setor de serviços criou 7,7 mil novos empregos formais.
Portanto, a recuperação da economia, que parecia estar mais restrita à inflação e aos juros, agora se mostra por diversas atividades, incluindo o mercado de trabalho, o mais esperado. Dessa forma, pode-se afirmar que, com esse conjunto de indicadores positivos, o País entrou novamente nos trilhos da retomada do crescimento.
http://www.fecomercio.com.br/noticia/economia-reune-dados-que-sinalizam-o-fim-da-crise
A Secretaria da Receita Federal informou nesta terça-feira (26) que vai multar 2.382 empresas que foram intimadas a quitar o pagamento de contribuição previdenciária devida, mas que não regularizaram sua situação fiscal. As multas são de 75% do valor devido, somando R$ 120 milhões, sem incluir os juros.
Segundo o órgão, foram expedidas 7.271 intimações para empresas com dívidas de contribuições previdenciárias, mas 32% desses contribuintes (2.382) não levaram adiante o processo conhecido como autorregularização – pelo qual elas têm de corrigir as informações declaradas e recolher os tributos devidos.
O Fisco informou ainda que, para os próximos meses de 2017, dará continuidade às ações de cobrança para outros grupos de contribuintes que não recolheram devidamente os tributos devidos – apesar de terem sido intimados pelo órgão a regularizarem sua situação. Essas empresas fizeram, por exemplo, opção pelo Simples Nacional, mas não podem se enquadrar nesse regime.
Serão enviadas a estes contribuintes 14 mil cartas – correspondentes a valores sonegados de R$ 420 milhões. Parte dos contribuintes se autorregularizaram (8,4% daqueles que foram notificados), mas a maior parte não realizou esse procedimento. Serão lançadas, para estas empresas, tributos devidos, multas e juros, no valor de R$ 398 milhões.
Além disso, serão cobrados valores das empresas do Simples Nacional, que começaram a ser notificadas em julho deste ano, mas que também não regularizaram sua situação.
O Fisco anunciou ainda quais serão as próximas operações de fiscalização:
– Operação Autônomos: falta de recolhimento de contribuição previdenciária por contribuintes individuais
– Operação Dirf X Darf: que visa apurar valores declarados/retidos em Dirf e não recolhidos ou confessados
– Insuficiência de declaração e/ou recolhimento de IRPJ e CSLL: contribuinets que declaram ou recolhem valores de IRPJ e CSLL menor da DCTF, ou em Darf em relação à DIPJ ou à ECF
– Continuidade da Operação Carnê Leão: cobrança de multa sobre valores declarados em Declaração de Ajuste Anual da Pessoa Física e recolhidos apos o vencimento do tributo
– Continuidade da Operação Nômade: cobrança de ganho de capital apurado na venda de imóveis e não recolhido por utilização indevida de isenção.
https://g1.globo.com/google/amp/https://g1.globo.com/economia/noticia/fisco-diz-que-vai-lancar-multa-para-empresas-que-nao-quitaram-dividas.ghtml
São Paulo. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem, em sua conta no Twitter, que o projeto que vai alterar a lei de recuperação judicial será encaminhado ao Congresso Nacional na próxima semana. Meirelles afirmou que a proposta trará condições para que as empresas quitem dívidas e possam voltar a produzir. “O projeto pode ajudar mais de 7.000 empresas a retomar suas atividades, garantindo empregos e ajudando na recuperação da economia”, disse Meirelles na rede social.
Uma das mudanças já adiantas pelo ministro é que, pelo projeto, as empresas falidas poderão tomar empréstimos com os credores. Aqueles que aceitarem liberar créditos ganham prioridade na fila de pagamentos. O ministro afirma que, para os credores antigos, essa possibilidade também é favorável, já que, com crédito novo, as empresas terão maiores chances de se recuperar e pagar os financiamentos anteriores.
Outra alteração será evitar que o comprador de um ativo de uma empresa em recuperação judicial seja incluído na sucessão da dívida. A nova legislação deverá deixar claro que quem comprar empresa de um grupo em crise não assumirá dívidas de todo o grupo. A legislação atual é vaga nesse ponto, o que gera incerteza a eventuais compradores e reduz o valor da venda. “A lei resolve isso e uma série de outras coisas”, disse.
Na coletiva, o ministro afirmou que o projeto está sendo encaminhado a técnicos e à parte legislativa do governo e, depois, será encaminhado ao Congresso.
Credor com mais poder. Uma das alterações mais relevantes na legislação em vigor (de 2005) é que os credores poderão apresentar o plano de recuperação judicial hoje só os controladores podem fazer isso. Com a proposta, o governo tenta diminuir o prazo médio da recuperação judicial para um intervalo entre três e quatro anos.Dados da Serasa Experian mostram que, hoje, o processo demora quase cinco anos.
Outro ponto importante da nova lei deverá ser o abatimento do imposto cobrado quando a empresa negocia uma redução da dívida. Tratada pelo Fisco como ganho de capital, a redução implica pagamento de Imposto de Renda que supera 30%. Isso aumenta o ônus tributário para uma empresa que já está mal das pernas.
COM A LEI ATUAL
Pedidos de recuperação judicial no país, de janeiro a julho, segundo a Serasa:
2017: 814
2016: 1.098
2015: 627
Apenas uma em quatro empresas em recuperação judicial consegue efetivamente se recuperar
Em agosto, os pedidos de falência cresceram 2,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado Já as recuperações judiciais requeridas subiram 25,5% na mesma base comparativa
http://www.otempo.com.br/capa/economia/empresa-quebrada-poder%C3%A1-tomar-novo-cr%C3%A9dito-no-mercado-1.1520662?amp
São Paulo – Os grandes bancos devem baratear o crédito para as grandes empresas ante a alta nos custos com a nova Taxa de Longo Prazo (TLP). A tentativa é de “segurar operações” diante de tendência de migração desses negócios para novas opções de captação.
Com a nova TLP, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá, em cinco anos, uma taxa “independente” e sem subsídios, com preços bem próximos aos praticados pelo mercado.
De acordo com o professor de finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) George Sales, como a TLP deve ficar acima da atual taxa praticada, a perspectiva é que as grandes empresas busquem alternativas.
“Esses negócios olharão para outras formas de captação. Quem tiver capacidade de emitir de títulos e valores mobiliários vai migrar, por exemplo, já que os grandes valores compensariam o custo estrutural de colocar esses papéis no mercado”, explica.
Responsáveis pelos maiores volumes de crédito entre pessoas jurídicas, no entanto, a perda seria bastante sentida no lucro dos bancos, os quais teriam que compensar esse prejuízo com empréstimos para consumo ou às pequenas e médias empresas.
Para o professor de estratégia financeira do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-SP) Paulo Azevedo, a expectativa é que os bancos impulsionem o financiamento aos bons pagadores para tentar “segurar operações e compensar perdas”.
“O primeiro movimento será o de diminuir as taxas e se cercar de garantias em operações de grandes negócios para baratear o custo do capital e ganhar preferência ante o crédito do BNDES”, diz o especialista.
Ele reforça, ainda que o crédito ao consumo e às pequenas e médias também pode ser uma saída. “Apesar do risco, a alocação dos recursos para os negócios de menor porte também dá ganho na margem. Enquanto antes o estímulo era para aplicações, a TLP pode trazer novos impulsos para financiamentos”, completa.
Spreads menores
Da outra ponta, os especialistas consultados pelo DCI ponderam o lado positivo que a pressão por juros mais baixos dentre os bancos pode trazer.
“Quem procura por taxas menores é porque tem intenção de pagar e é atrás do bom pagador que o banco vai. Será questão de competitividade. O banco baixa o spread, pontualmente, nesses casos e melhora a carteira”, afirma Sales.
“O movimento, no entanto, será gradativo. A TLP ainda demora cinco anos para ser completamente implementada e, apesar do impacto no curto prazo, ainda não dá para saber o quão grande isso será e nem por quanto tempo se alongará”, contrapõe Azevedo.
Ao mesmo tempo, o atual ambiente ainda difícil, pode trazer aversão ao risco e demora na resposta desse processo.
“A retomada virá da oferta, mas é preciso mudar a dinâmica da política monetária. O crédito tem potencial para crescer em 2018, mas em meio às reformas e cenário político, fica pouco espaço para esse crescimento” conclui Roberto Luiz Troster, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP).
Isabela Bolzani
http://www.dci.com.br/financas/bancos-devem-subir-garantia-e-cortar-juro-id651871.html
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que vai enviar, nas próximas semanas, uma proposta de reforma da lei de falências ao Congresso que apresente mais proteção aos credores, além de ajudar as empresas num processo de recuperação das dificuldades financeiras. As informações foram concedidas em entrevista exclusiva à Dow Jones Newswires, reproduzida pela Agência Estado.
O interesse é grande porque muitas empresas estão em falência devido à crise econômica. A intenção do governo é fazer com que o projeto de lei estimule os bancos a disponibilizar novos empréstimos a empresas que tenham entrado com pedido de concordata. Esse crédito poderia ser usado para bancar dívidas mais antigas. Além disso, facilitará a venda de ativos por empresas ao proteger os compradores de possíveis litígios, segundo o ministro.
MUDANÇAS
No projeto do governo federal, os credores terão que aprovar novos empréstimos assim como as vendas de ativos. A intenção, de acordo com Meirelles, é fazer com que as empresas insolventes encontrem uma forma de cumprir suas obrigações com todos os credores.
A atual legislação sobre o assunto (falências) é de 2005, mas é apontada como falha por tornar mais difícil a reestruturação das empresas.
http://fenacon.org.br/noticias/governo-federal-pretende-mudar-a-lei-das-falencias-2419/
O gerenciamento integrado de riscos e de capital (GIR) proposto a partir da segmentação de instituições financeiras pode impulsionar maior apetite dos credores. Com reflexo previsto para o curto prazo, estimativa é de queda mais forte de juros e calotes até 2018.
De acordo com o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Hilgo Gonçalves, à medida que o gerenciamento de risco trouxer uma “transparência” maior, os credores terão uma queda de inadimplência nas suas carteiras e, consequentemente, um maior apetite ao empréstimo.
“Inclusive barateia o custo do crédito, uma vez que o volume maior de informações traz mais eficiência para o sistema financeiro. Somado à concorrência, isso pode, sim, ser repassado para as taxas cobradas do tomador. A instituição fica mais segura”, avalia o executivo da Acrefi.
Os últimos dados do Banco Central (BC) apontam que os juros para pessoas físicas caíram 5,6 pontos percentuais em julho contra igual mês de 2016, de 42,1% ao ano, para 36,5%. Para pessoas jurídicas, as taxas foram de 22,1% a.a. para 19% a.a., na mesma comparação.
A segmentação – de S1 a S5 – se dá conforme o tamanho e a capacidade de risco. Assim, na modalidade S1 se enquadram as instituições financeiras que possuem porte igual ou maior a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, enquanto na categoria S5 estão aquelas de porte inferior a 0,1% do PIB.
Nessa linha, a aprovação da resolução que aborda o GIR em questão de proporcionalidade com tal divisão foi agilizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ante o atual cenário, e as instituições têm de 180 dias (S1) a 360 dias (S2 a S5) para implementação das estruturas de gerenciamento.
“O momento é de extrema necessidade para instituições que oferecem crédito, principalmente porque ser forte, líquida e solvente foi o que as auxiliou na crise. Com menos custos regulatórios e maior competitividade para instituições de menor porte, o processo veio para ficar”, afirma o diretor de fiscalização do Banco Central, Anthero de Moraes Meirelles e destaca que “qualquer norma demandada exigirá uma “análise sobre os possíveis impactos em todos os segmentos”, o que acaba favorecendo o sistema financeiro.
Ao mesmo tempo, o presidente da Acrefi salienta o Cadastro Positivo como reforço para diminuir os atuais níveis de inadimplência e a competitividade como “pressão natural” no mercado para o repasse de custos menores com a efetividade do processo.
“Credores e tomadores estão cada vez mais conscientes do crédito e esse movimento vai diminuir a inadimplência e aumentar a concorrência, ameaçando aqueles que não oferecerem um preço justo às consequências da portabilidade”, pondera Gonçalves.
Novos entrantes
Da outra ponta, assim como o BC ainda está em consulta pública para um detalhamento maior do segmento S5 em relação a riscos e enquadramento, os especialistas já discutem a chegada de novos riscos, como os de fintechs e blockchains.
“É um gerenciamento integrado e o que vem daqui para frente diz respeito à infraestrutura de mercado. Há uma velocidade imensa de novos entrantes no mercado e essa nova realidade traz desafios pontuais e novos riscos e modalidades a serem analisadas pelo regulador”, completa o consultor de compliance da Acrefi Sergio Odilon.
Isabela Bolzani
http://www.dci.com.br/financas/gerenciamento-de-risco-pode-reduzir-juros-e-inadimplencia-no-curto-prazo-id648092.html
COAF – TREINAMENTO OBRIGATÓRIO EM PREVENÇÃO E COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO E FINANCIAMENTO AO TERRORISMO – REVALIDAÇÃO ANUAL
Fortaleza: dia 27/09/2017 – 17h30min – Local Auditório Shopping Avenida – Av. Dom Luis, 300 – Estacionamento -1
Novidades:
1. Breves conceitos sobre compliance
2. AVEC : Averiguação Eletrônica de Conformidade
3. Cadastramento e recadastramento das empresas – porte e volume de operações
4. Verificação “em bloco”
5. Perfil da Pessoa Obrigada no site do COAF
6. Avaliação da qualidade das informações prestadas
Objetivo: capacitar, treinar e retreinar todos os envolvidos, inclusive sócios. Viabilizar conhecimento básico para a formatação do Manual em, PLD/FT
Público alvo: todos os envolvidos na operação
Ementa:
1. Conceito de lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo
2. Crimes antecedentes: ênfase para a sonegação fiscal e formas de identificar
3. Conceito de “pessoa obrigada” – sistema de cooperação compulsória
4. Setores mais usados para lavagem de dinheiro
5. Como o factoring pode ser usado para lavagem de dinheiro – casos práticos
6. Conceito e função do COAF – Conselho de Controle da Atividades Financeiras
6.1 Informações recebidas de diversos setores
6.2 Formação do RIF – Relatório de Inteligência Financeira
7. Compliance – risco de reputação – conceito e comentários
8. Obrigações do setor:
8.1 Cadastro e recadastramento anual no COAF – funções e responsabilidade
8.2 Manual – política em PLD/FT
8.3 Cadastro de clientes e pessoas obrigadas
8.4 Classificação de risco dos clientes e operações
8.5 Controle e fiscalização de terceiros
8.6 Guarda, conservação e expurgo de documentos
8.7 Auditoria e controles
8.8 Prestação de informações: automáticas e suspeitas
9. Conceito de operações suspeitas
10. Forma de prestar as informações – critérios de avaliação do COAF
11. AVEC: Averiguação Eletrônica de Conformidade – supervisão em bloco.
11.1 Permite avaliar a conformidade da empresa para com as obrigações
11.2 Portal de relacionamento com a pessoa obrigada
11.3 Aplicação ampla
11.4 Processo rápido
11.5 Aplicação sistêmica
11.6 Aplicação de medidas pedagógicas escalonáveis
12. Duvidas, debates e encerramento.
Carga horária: 4 horas/aula
Informações e inscrições:
Secretaria do SINFAC/CE-PI-MA-RN: (85) 3253-4748 / 98113-6653 ou sinfac@sinfac.net
Apesar de crescimento na demanda, o crédito ainda restritivo e com prazos reduzidos limita empréstimos para pessoas jurídicas. À espera de uma agenda mais positiva para o mercado, a expectativa de melhora pontual fica para meados do quarto trimestre.
Os dados do Banco Central divulgados ontem apontam que as concessões às empresas somaram R$ 102,4 bilhões em julho, uma queda de 23,3% em relação a junho (R$ 133,6 bilhões) e de 7,5% ante os R$ 110,8 bilhões de julho de 2016. Nos 12 meses, a redução foi de 11,8%.
A queda foi puxada principalmente pelos produtos de maior relevância, como capital de giro, que demonstrou recuo de 17,9% em julho contra igual mês do ano passado, de R$ 13,127 bilhões para o valor de R$ 10,773 bilhões.
Em seguida, vieram a linha de conta garantida, com retração de 16,8%, de R$ 18,736 bilhões para R$ 15,574 bilhões; e o cheque especial, com -13,1% (de R$ 18,229 bilhões para R$ 15,840 bilhões) na mesma comparação.
Segundo o especialista em crédito e sócio-diretor da GoOn, Eduardo Tambellini, no cenário de crise acentuada e desconfiança, o impacto maior acaba sendo nessas linhas de financiamentos.
“Há uma troca de demanda para o crédito. As empresas estão com dificuldades de conseguir determinados produtos e acabam optando por aqueles que forneçam algum tipo de garantia, o que facilita a tomada de empréstimos”, explica o executivo da GoOn.
Dessa forma, tanto os descontos de duplicatas como a antecipação de faturas demonstraram altas nas concessões de 91,3% e 136%, respectivamente, na comparação de julho deste ano com o mesmo período do ano passado.
Tambellini reforça que como os bancos “ainda não estão ajustando as políticas de crédito para pessoas jurídicas” e continuam bastante restritivos, tanto os prazos como os juros também são afetados.
Nesse sentido, além da queda de 3,1 pontos percentuais (p.p.) nos juros para pessoas jurídicas em julho deste ano contra igual mês de 2016 (de 22,1% para 19%), os prazos também reduziram 10,7% no mesmo período (de 63,4 meses para 56,6 meses – o menor período do ano até agora).
“Quanto maior o tempo de empréstimo, mais o banco está exposto ao risco. Os credores encurtam prazos para diminuir exposição frente a contínua incerteza futura”, diz o professor de finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) George Sales.
De acordo com o BC, os calotes entre pessoas jurídicas ficaram em 3,6% em julho – o mesmo patamar registrado no mês anterior, mas alta de 0,6 p.p. ante o mesmo mês de 2016.
Tendência positiva
Ao mesmo tempo, os especialistas consultados pelo DCI ponderam que com a incerteza, a redução do spread também fica mais contida o que afeta, principalmente, os pequenos e médios negócios.
Segundo o BC, o spread caiu 0,9 p.p. em julho deste ano ante igual mês do ano passado, de 12,4 p.p. para 11,5 p.p..
“Apesar da taxa básica de juros ter caído bastante, os bancos mantém o spread para garantir rentabilidade. Assim, com alternativas limitadas para tomada de recursos, as empresas menores sofrem mais e tendem a ficar em compasso de espera”, explica Sales.
Na mesma linha, um levantamento da Boa Vista SCPC divulgada ontem, por exemplo, indicou que 86% dos micro e pequenos empresários não têm intenção de tomar crédito nos próximos três meses.
Para Sales, porém, com a validação das novas regras trabalhistas em novembro, as empresas devem começar a contratar e, com isso, voltar a tomar crédito. “Ainda depende de algumas coisas, mas a tendência é vermos uma diferença mais positiva já no quarto trimestre”, conclui o professor.
http://portaldofomento.com.br/noticia.php?id=4057