Nos próximos 12 meses, cerca de 36,8% dos microempresários esperam uma piora na economia. Apesar do pessimismo, a maioria deles (86%) pretende manter o número de funcionários no mesmo período, sem demitir ou contratar, segundo levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgado nesta quarta-feira (12).
Para realizar a pesquisa, o Sebrae ouviu 2.859 donos de Empresas de Pequeno Porte (EPP) e de Microempresas (ME), assim como Microempreendedores Individuais (MEI) entre os dias 11 e 24 de maio. Ao todo, 30,9% dos entrevistados acreditam em uma melhora no cenário econômico, enquanto 23,7% veem uma estagnação e 8,6% não souberam responder.
Mesmo com cenário político e econômico instável, o número de empreendedores que pretendem contratar supera os que planejam demitir. Ao todo, 12,7% dos entrevistados dizem que pretendem contratar no próximo ano, enquanto 9,8% têm planos de demitir funcionários. Além disso, 27,3% não têm intenção de contratar ou demitir.
Segundo o instituto, as dificuldades que os brasileiros mais enfrentam para empreender envolvem os processos de tributação, queda nas vendas, encargos trabalhistas, obtenção de crédito, falta de planejamento e desconhecimento do mercado.
Momento de ‘cautela’
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os empreendedores vêm se mantendo “cautelosos”, aproveitando o movimento da crise para investir em serviços básicos de formas inexploradas. “Hoje você vê que as pessoas estão deixando de ir ao restaurante e aproveitando para comer mais em casa. Da mesma forma, cresce o movimento de pessoas que estamos treinando para abrir sua própria empresa de entrega. Ou seja, onde alguns perdem, outros ganham e empreendem”, disse.
Esse movimento, segundo o presidente, explica as razões que levam os Microempreendedores Individuais (MEI) a serem os mais otimistas em relação ao futuro da economia e ao o seu próprio negócio. “É o sonho de liberdade e, para muitos, a única alternativa já que não conseguem emprego”, disse. Para ser um MEI, o microempreendedor deve ter um faturamento anual de até R$ 60 mil.
Encargos
O Sebrae ainda constatou que o setor da construção civil é o que mais encontra dificuldades para contratar. No âmbito regional, o Sudeste e o Nordeste foram apontadas como as regiões mais difíceis para o empreendedor no país por conta de encargos trabalhistas. Já os microempreendedores e empreendedores das regiões Sul e Norte apontaram a complexidade da legislação trabalhista como os maiores obstáculos.
Reforma Trabalhista
Na última terça-feira (11), o Senado aprovou o texto da reforma trabalhista. A reforma muda a lei trabalhista brasileira e traz novas definições contratuais sobre férias, jornada de trabalho e de relações contratuais.
http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/maioria-dos-empreendedores-espera-piora-ou-estagnacao-da-economia-diz-sebrae.ghtml
No final do mês passado, o ENCAT – Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais, lançou, em seu evento trimestral em Palmas (TO), um novo modelo de Duplicata Eletrônica (D-e). O documento será apresentado às Secretarias da Fazenda de todos os estados para aprovação na próxima reunião do Pré-Confaz, em busca de aprovação.
Esse é mais um passo em direção à modernização empresarial por meio da documentação eletrônica. Empresas que atuam no mercado financeiro e realizam operações de desconto de duplicatas e factoring sentiam necessidade de um documento como esse, e foi atendendo a essa demanda que o ENCAT surgiu com a proposta.
O órgão é um fórum de estímulo a cooperação fiscal e intercâmbio de melhores práticas do Fisco Estadual, sendo a entidade responsável pela Coordenação Nacional dos Projetos de Documentos Fiscais Eletrônicos no Brasil. É deles a responsabilidade pela Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), etc.
Eles vêm atuando nos últimos anos em busca de modernizar e tornar mais práticas a lida com documentos dentro das empresas. A segurança das transações comerciais só se ampliou após o início da implementação desses documentos, e o empresário e contador só tiveram a ganhar.
A simplificação trazida por esses documentos e seus processos mudaram o modo do mercado lidar com sua documentação. Empresas se tornaram mais seguras, mais confiáveis, e o controle gerado dentro delas permitiu crescimento em diversos âmbitos. Tudo advindo de uma melhor gerência de documentos.
O próximo passo vem ampliar justamente a confiança que se tem em cima das empresas, por permitir uma informação financeira mais transparente. Estamos caminhando para um mundo de transações mais idôneas graças a isso.
A nova D-e foi aprovada por administradores tributários de todas as 27 Secretarias da Fazenda. Na prática, funcionaria assim: um ambiente para consultas via web seria disponibilizado, onde todas as duplicatas estarão disponíveis. As consultas podem ser feitas via certificação digital. O documento garantiria a idoneidade dos títulos de crédito cedidos pelas empresas a seus clientes.
Além disso, haverá um novo evento da NF-e que seria emitido pelas instituições financeiras e factorings para formalizar a cessão do título. Isso evita a duplicidade de um mesmo título para instituições diferentes. A NF-e terá um novo campo obrigatório para operações de venda a prazo, onde ela se ligará pelas informações à duplicata.
O intuito geral é agilizar processos de crédito para empresas, assim como reduções de taxas em vista da redução e risco. Com maior transparência sobre a situação fiscal, é possível ampliar a segurança de quem investe, e quando um novo investimento é solicitado, se sabe exatamente onde a empresa está na sua situação financeira, e se há grandes riscos em apostar nela.
Vivemos uma época onde a verdade anda de mãos dadas com a tecnologia e o progresso. Devemos investir cada vez mais em iniciativas assim, pois elas garantem o bem estar e durabilidade das empresas.
(*) Adão Lopes é mestre em tecnologia e CEO da Varitus Brasil
http://cio.com.br/gestao/2017/07/11/duplicata-eletronica-agilizara-os-negocios/
A indústria de fundos de investimento registrou recorde de captação líquida para o primeiro semestre, de R$ 113,6 bilhões, o maior volume para o período desde o início da série histórica, em 2002 . Os ingressos foram liderados pelas categorias de renda fixa e de multimercados, com R$ 57,5 bilhões e 39 bilhões, respectivamente, que responderam por 85% da captação líquida. Foram também esses fundos que ganharam os maiores volumes em investimento: do patrimônio total de R$ 3,8 trilhões, 48,4% estão em renda fixa e 19,9%, nos multimercados.
“O cenário, de tendência de queda dos juros e da inflação, contribuiu para as captações no início de 2017, estimulando a diversificação das aplicações, principalmente em fundos multimercados. Com a manutenção do controle desses indicadores, a expectativa é que seja mais um ano positivo para a indústria”, disse nosso vice-presidente Carlos Ambrósio em conferência com a imprensa nesta quinta-feira, dia 6.
O investidor pessoa física puxou os resultados do período. Até maio, os clientes de varejo e de private banking aportaram R$ 77,1 bilhões em fundos. No varejo, predominaram as aplicações em renda fixa (R$ 35,8 bilhões até maio), enquanto os clientes de private banking apostaram nos multimercados (R$ 23,8 bilhões até maio).
Em relação às rentabilidades, o destaque do semestre foi para os fundos de ações, em que os principais tipos tiveram retornos acima do Ibovespa (4,4%). Na renda fixa, os fundos superaram o rendimento da poupança (3,5%).
http://www.anbima.com.br/pt_br/noticias/fundos-de-investimento-tem-captacao-recorde-no-primeiro-semestre.htm
Impulsionado por ajustes nas regras feitas no ano passado, o BNDES FGI, fundo garantidor para empresas de menor porte administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), registrou aumento de 200% no valor dos empréstimos garantidos nos cinco primeiros meses do ano, na comparação com igual período de 2016. O ritmo da entrada de novos financiamentos no fundo está em torno de R$ 1 bilhão ao ano, mas há espaço para acelerar, segundo a instituição.
O banco aposta em um novo ajuste, que pode ser adotado já em agosto, para dobrar esse valor para R$ 2 bilhões ao ano, disse o superintendente de Comércio Exterior e Fundos Garantidores, Leonardo Pereira.
A falta de garantias é um dos principais entraves para que as companhias de menor porte acessem financiamentos do BNDES. Mesmo nas linhas específicas, é comum uma pequena empresa não poder pedir o empréstimo porque não atende exigências, como uma garantia corporativa, ou não tem como arcar com o custo de uma fiança bancária.
Tanto que, até dezembro de 2016, 64,5% das 24.105 empresas que contrataram operações no BNDES com garantia do FGI nunca tinham tomado crédito no banco de fomento. Ou seja, a garantia do fundo foi necessária para viabilizar o primeiro financiamento. “É um dos indicadores que mostram a efetividade do FGI”, disse Pereira.
Novas regras
No ano passado, o BNDES fez mudanças no FGI. Uma delas foi ampliar o limite do valor a ser garantido sem contragarantias, de R$ 1 milhão para R$ 3 milhões. Até esse valor de garantia, a empresa só precisa apresentar aval dos sócios. “É um valor bem adequado para financiamentos a empresas que faturam de R$ 15 milhões a R$ 40 milhões”, afirmou Pereira.
Outra mudança foi a melhoria das condições nas garantias para empréstimos de outros bancos. Só em 2015, o FGI passou a aceitar financiamentos de bancos que não o BNDES. “Essa modalidade é recente, então ela ainda tem poucas operações. A grande maioria é com o BNDES”, disse Fernando Mantese, chefe do Departamento de Política e Gestão de Instrumentos de Garantia do BNDES.
Essas mudanças, somadas a um crescimento na demanda nas operações indiretas, especialmente no Progeren (linha de capital de giro do BNDES), explicam o crescimento de 200% no FGI este ano, segundo os executivos. Em 2016, o valor dos financiamentos garantidos já havia saltado 31%.
Ainda assim, até o fim de maio, o FGI havia garantido só R$ 4,4 bilhões, de um total de R$ 6 bilhões em financiamentos realizados, menos da metade do máximo que o fundo pode garantir, que é R$ 10,9 bilhões. Ou seja, há espaço para crescer. Embora destaquem que o crescimento do FGI depende da maturação da carteira, os executivos do BNDES apostam em mais mudanças.
O foco agora é a rede de bancos repassadores do crédito do BNDES. No diagnóstico de Pereira, em parte, o FGI não é mais utilizado porque os agentes financeiros não oferecem o produto a seus clientes. Um dos motivos é que o FGI trabalha com parâmetros e regras de diligência e análise de risco diferentes dos bancos privados, segundo Mantese.
Por isso, a ideia é simplificar esses parâmetros, aproximando os sistemas do FGI das regras usadas pelos bancos repassadores. “O método que o banco usa na política de crédito e na renegociação vai poder ser reproduzido. Vamos convergir para a prática operacional da ponta, com a qual os bancos estão acostumados”, disse Pereira, lembrando que a medida ainda depende de aval da diretoria. O executivo acha possível aprovar a mudança em agosto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2017/07/epoca-negocios-emprestimo-do-bndes-a-empresas-menores-sobe-200.html
São Paulo – Assim como para as grandes, a crise política continuará sendo um entrave para uma retomada mais vigorosa das micro e pequenas empresas (MPEs), porém a expectativa é de que a atividade delas fique estável ou cresça pouco neste ano, em relação ao ano passado.
É o que avaliam especialistas ouvidos pelo DCI. O superintendente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Éverton Correia, explica ainda que o cenário para o setor se altera em cada grupo de MPEs.
Ele explica, por exemplo, que o pequeno empresário local, o exportador ou aquele que trabalha para a cadeia de exportação, tenderá a ter um desempenho mais positivo do que aqueles que fornecem para as grandes empresas voltadas ao mercado interno.
“O pequeno que vende ou que presta serviço para uma grande companhia está com um nível de incerteza mais elevado do que o restante, pois ele depende dos investimentos dela, os quais, por sua vez, estão paralisados pela trava política”, comenta o superintendente da CNDL.
“As grandes empresas investem um volume alto de recursos, possuem um risco financeiro elevado e, portanto, dependem de variáveis políticas estáveis”, acrescenta,
Se, por um lado a instabilidade institucional é um “risco para a expansão” de uma parte das pequenas, o processo de queda da inflação e da taxa básica de juros (Selic) apontam para um segundo semestre menos hostil, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Segundo Correia, este cenário pode beneficiar, sobretudo, os pequenos comerciantes locais ou redes familiares de varejo que dependem do consumo dos moradores dos bairros.
“Com a queda da inflação, os salários pararam de ser corroídos, o que significa que uma parte dos rendimentos das famílias foi liberado para o consumo “, afirma Correia.
O superintendente da CNDL pontua que os saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) potencializam a perspectiva mais positiva para o pequeno comércio. Somente entre março e abril, por exemplo, esses saques injetaram uma soma de R$ 7,2 bilhões no varejo brasileiro, segundo divulgou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na última sexta-feira (23).
“Uma pesquisa da CNDL mostrou ainda que 38% das pessoas estão usando o FGTS inativo para pagarem as suas dívidas. Ou seja, elas estão saindo de uma situação de inadimplente para adimplente e isso é muito bom para o comércio, pois elas voltam a ter crédito na praça”, ressalta Correia, informando que a projeção da CNDL é de que o comércio e os serviços tenham um crescimento entre 1% e 1,2% neste ano, impactando, portanto, os pequenos negócios dos dois segmentos.
Segundo o professor da Trevisan Escola de Negócios Daniel Machado, cerca de 53% das pequenas empresas são do setor de comércio, o que corrobora com a possibilidade um pequeno avanço do setor.
Exportação
Já as MPEs ligadas à exportação, tendem a se beneficiar do patamar do câmbio. “Antes [da crise política], o câmbio estava R$ 3,15 e, agora, gira em torno de R$ 3,28. Isso é positivo para as nossas vendas externas”, afirma Correia da CNDL, reforçando que, no fechamento da conta, a expectativa é de que a atividade das MPEs tenham estabilidade ou um pequeno avanço no fechamento do ano.
Daniel Machado, da Trevisan, comenta ainda que algumas políticas do governo federal têm ajudado a pequena empresa a manter, ao menos, o nível de emprego. Ele cita o Empreender Mais Simples que está sendo realizado em parceria com o Sebrae e que disponibiliza R$ 8,2 bilhões em crédito para pequenas empresas.
“É um dinheiro para capital de giro, ou seja, voltado para as empresas não fecharem as suas portas e manterem empregos, já que o programa exige que as pequenas conservem as vagas de trabalho por um ano”, especifica Machado.
“O crédito para investimento é o que gera novos empregos, mas, neste momento, já está sendo muito importante uma política que mantenha vagas”, complementa ele.
Machado diz ainda que o alto nível de desemprego que atinge 14 milhões de pessoas no Brasil pode gerar novos microempreendedores (MEIs) nos próximos meses, porém sem a garantia de que eles sobrevivam ou de que obtenham um faturamento relevante.
“Estes novos emprendedores entrarão no mercado para disputar um consumo que já está bastante reduzido. Ou seja, pode ser que eles tenham um faturamento pequeno e pouca competitividade, já que estão empreendendo mais por necessidade. Nesta condição, costuma haver menos planejamento”, completa ele.
Paula Salati
http://www.dci.com.br/economia/cenario-para-as-pequenas-empresas-esta-menos-hostil-para-o-2%C2%B0-semestre-id633744.html
A demanda por crédito das micro e pequenas empresas (MPEs) atingiu 13,1 pontos em maio, ficando um pouco acima dos 12,4 pontos registrados em abril, o que representa estabilidade.
De acordo com dados apurados em todo o país pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL), 84% dos MPEs afirmam não ter a intenção de tomar crédito, ante os 6% que manifestaram essa intenção.
Entre aqueles que não querem dinheiro emprestado, 43% dizem conseguir manter o negócio com recursos próprios, além de citarem a insegurança com as condições econômicas do país (18%) e as altas taxas de juros (18%).
Quanto mais próximo de 100 pontos, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados.
Dificuldades
Segundo a pesquisa, três em cada dez (29%) micro e pequenos empresários consideram difícil o processo de contratação de crédito, contra 26% que avaliam como fácil. Entre os que consideram difícil, o excesso de burocracia e as exigências dos bancos são os principais entraves mencionados por 45% desses empresários.
Depois, aparecem as taxas de juros elevadas (41%). A contratação de empréstimo em instituições financeiras é o tipo de crédito mais difícil de ser contratado para 23% da amostra. Para 12%, é o crédito junto a fornecedores.
“É verdade que as condições econômicas pesam, mas a sondagem mostra que o principal motivo para não contratar é a consideração de que os empresários conseguem se manter com recursos próprios. O dado sugere uma barreira entre as micro e pequenas empresas, que não veem no crédito um meio para se expandir ou, se veem, têm a percepção de que o processo pode ser demorado, burocrático e custoso”, disse o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
http://istoe.com.br/pesquisa-84-das-micro-e-pequenas-empresas-nao-querem-emprestimos/
Em períodos de crise econômica, como o atual, o consumo cai e as contas ficam cada vez mais difíceis de serem quitadas. Apesar disso, as empresas brasileiras têm dificuldade em decretar falência e, sem condições financeiras, deixam de pagar tributos, reduzem sua produção e, consequentemente, afetam o nível de produtividade do país. É o que explica o especialista em recuperação de empresas em crise, Fábio Astrauskas.
Em entrevista ao InfoMoney, Astrauskas conta que o judiciário brasileiro tem dificuldade em concordar que a empresa não tem mais condições de participar do ambiente competitivo. “O processo é muito burocrático e há muita resistência”, diz. Segundo ele, o juiz pode até decretar falência, mas o pedido se arrasta, ou seja, não acontece de imediato. Fábio conta que mesmo sendo inevitável a falência, em que a empresa já não consegue mais se manter, ela ainda permanece ativa, com status de empresa.
De acordo com o especialista, a crise vai se instalando na empresa aos poucos e chega um momento em que esta deixa de recolher tributos. “Quando a empresa decreta falência significa que ela já tem muitas dívidas tributárias acumuladas. Com isso, ela vai ter dificuldade em retomar o recolhimento tributário”.
Com o acúmulo de dívidas, a empresa perde a condição de obter linhas de crédito de menor custo, perde o direito de participar de licitações públicas, de vender ativos, não consegue renovar o seu parque fabril, começa a atrasar o pagamento de despesas correntes, como o salário de funcionários, e deixa de comprar matéria-prima, o que resulta em uma paralisação da fábrica.
“Essas empresas vivem um estado vegetativo, acumulando cada vez mais dívidas, mas não são decretadas como falidas pelo judiciário”, afirma o especialista.
Desta forma, estabelecimentos que já deveriam estar fora do ambiente competitivo permanecem abertos, trabalhando de uma maneira não ideal. “Isso prejudica a média de produtividade do setor que atua, contaminando o restante das empresas”, explica Astrauskas.
Segundo ele, o baixo nível de produtividade atribuído ao Brasil deve-se, entre outros fatores, ao custo Brasil, ou seja, ao alto custo de transporte, armazenamento e exportação, assim como à dificuldade cultural e legal em encerrar empresas.
“O trabalhador brasileiro produz numa quantidade normal, quando se tem um fluxo de matéria prima normalizada, salário em dia, tecnologia adequada, diferente do trabalhador que está em uma companhia em processo de destruição gradativa, que não recebe o salário, não possui estrutura, não permite a ele a chance de produzir”, diz.
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/empreender-pme/apesar-da-crise-empresas-tem-dificuldade-em-decretar-falencia-no-brasil-5jsl1e3lrs43wc9yhz0t2kpqi
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve lançar no segundo semestre uma linha de crédito voltada para micro, pequenas e médias empresas com juros provavelmente mais baixos, que terá o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal como repassadores, disse o presidente do BB nesta terça-feira.
O presidente do BB, Paulo Rogério Cafarelli, afirmou que a ideia é que os recursos da linha possam ser utilizados também por outros bancos que atuariam como agentes repassadores dos recursos do BNDES.
“Estamos trabalhando fortemente em conjunto Banco do Brasil, BNDES e outros bancos também para trabalharmos fortemente na retomada do crescimento, através de pequenas, médias e micro”, disse Caffarelli a jornalistas em evento no Rio de Janeiro.
“Provavelmente será uma linha do BNDES que será aplicada aos bancos que tiverem interesse. Vamos adaptar a linha para que ela seja mais atrativa e pode ter juros menores”, adicionou ele.
Mais cedo, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, defendeu no mesmo evento a capilarização dos recursos do banco de fomento e destacou que o banco precisa ser mais íntimo dos empreendedores anônimos do Brasil.
Rabello de Castro anunciou ainda que na semana que vem vai lançar um novo canal de informações com apoio de BB e Caixa para disseminar informações do banco que possam ajudar na concessão de futuros financiamentos.
Segundo ele, o banco quer alcançar a capilarização de seus recursos e financiamentos. “Vamos disseminar a palavra desenvolvimento e encruar essa palavra na cabeça das pessoas…precisamos criar uma mentalidade do desenvolvimento do pais”, declarou ele em evento na sede do BNDES.
Reuters
http://www.dci.com.br/financas/banco-do-brasil-trabalha-com-bndes-em-nova-linha-de-financiamento-para-pequenas-empresas-id632703.html
Garantir crédito e financiamento às empresas e consumidores a taxas de juros compatíveis com a rentabilidade da atividade produtiva e a capacidade de pagamento dos tomadores é fundamental para a retomada do crescimento. No âmbito empresarial, diante da ausência de crédito de longo prazo privado no Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sempre exerceu um papel preponderante para isso.
A gestão do banco decidiu alterar a taxa de juros de empréstimos ao setor privado, até então baseada na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), fixada pelo Conselho Monetário Nacional. A nova taxa é a Taxa de Longo Prazo (TLP), referenciada à taxa das Notas do Tesouro Nacional (NTN-Bs) de cinco anos, títulos públicos atrelados à inflação, de acordo com a Medida Provisória 777.
Embora seja saudável corrigir distorções e estimular instrumentos de mercado para reduzir a dependência dos recursos públicos, é preciso fazê-lo com cuidado, ante a inexistência de um mercado privado que ofereça recursos compatíveis com a rentabilidade dos projetos. Sem financiamento compatível, os investimentos planejados travam.
Atualmente, o diferencial entre a TJLP e a taxa de juros básica (Selic) é relevante. Em 2016, por exemplo, enquanto em grande parte do ano a Selic – hoje em 10,25% ao ano – estava em 14,0%, a TJLP era de 7,5%. A ideia implícita é viabilizar os investimentos em projetos de infraestrutura e das empresas, já que a Selic ou a taxa de juros de mercado se distanciam da rentabilidade esperada dos projetos.
Um dos argumentos dos que defendem a alteração do critério é que essa prática implica uma espécie de subsídio. De fato, do ponto de vista fiscal stricto sensu e de curto prazo, o diferencial entre Selic e TJLP significa um subsídio, principalmente se considerarmos as taxas praticadas atualmente. Mas, considerando que o financiamento de projetos é de longo prazo e implica o efeito multiplicador dos investimentos realizados e seu potencial arrecadador tributário, o alegado “subsídio” não se sustenta.
Já do ponto de vista da competitividade, a TJLP não representa subsídio algum, simplesmente porque nossos concorrentes internacionais gozam de financiamentos a taxas de juros menores do que ela. Ou seja, a Selic é que precisa se aproximar da TJLP, e não o contrário, mesmo porque não há projetos ou atividades que ofereçam taxas de retorno semelhantes à Selic, ou menos ainda as disponíveis para financiamento no mercado.
O diferencial apresentado tem sido determinante no papel do financiamento público para o desenvolvimento do País nos 65 anos de existência do BNDES. Os desembolsos do banco, que por anos cresceram continuamente, passaram a cair e tiveram expressiva redução em 2016 (de 35%, para R$ 88,3 bilhões), comparado a 2015. A recessão fez com que o total de investimentos realizados na economia, a Formação Bruta de Capital Fixo, caísse para só 14,2% do PIB, e a participação do banco no financiamento foi reduzida de 2,6% do PIB, em 2013, para 1,1%, em 2016. É preciso viabilizar uma nova fase de crescimento econômico, para a qual o financiamento é fundamental.
Fato é que o papel representado pelo financiamento dos bancos públicos no Brasil é insubstituível no curto prazo. Dadas as condições desfavoráveis oferecidas pelo mercado privado, escassez de recursos, exigência de contrapartidas e altas taxas de juros praticadas, ele não é uma alternativa viável para suprir as necessidades de financiamento de longo prazo dos setores produtivos e da infraestrutura. Daí ser imprescindível preservar o financiamento público nos moldes em que funcionava a TJLP.
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,credito-e-financiamento-as-empresas,70001832276
São Paulo – A dificuldade de acesso à linhas de crédito para capital de giro – fator que contribuiu para o alto volume de fechamentos no comércio nos últimos anos – continua preocupando micro e pequenos lojistas. Caso o cenário não melhore e as vendas também continuem fracas, a perspectiva do setor é que mais pontos de venda sejam encerrados neste ano.
“A situação continua muito complicada para o pequeno lojista. Nesse momento de instabilidade os bancos pedem muitas exigências para conceder crédito para capital de giro e está cada vez mais difícil para o comerciante de menor porte ter acesso a esse recurso”, afirma o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas-SP), Ruy Nazarian.
Com a oferta escassa dos bancos privados e o custo alto do dinheiro, a entidade, que representa mais de 100 mil empresários do setor, enviou no início deste mês um ofício ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) solicitando linhas de crédito com menos exigências e taxas de juros inferiores. Até o fechamento da matéria, o Sindilojas não tinha recebido retorno do banco. “As garantias pedidas pelas instituições financeiras são, em geral, muitos grandes, e tornam praticamente impossível para os micros e pequenos lojistas conseguirem empréstimo para investir no estoque e manter o seu negócio funcionando. Por isso vimos a necessidade de fazer a solicitação ao BNDES.”
Fechamentos
O cenário descrito pelo empresário foi um dos fatores que contribuiu, de acordo com ele, para que muitos varejistas de menor porte fechassem as portas nos últimos dois anos de recessão. Retrato dessa realidade, estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Turismo e Serviços (CNC) mostra que só no ano passado 108,9 mil lojas foram encerradas no comércio nacional. Do total, aproximadamente 66,7% eram micro e pequenas empresas (72,3 mil) – ou com até 49 funcionários.
“E muitas ainda devem fechar, porque a situação está insustentável: o movimento continua fraco e o crédito escasso. Para o pequeno nem é uma quantia alta, às vezes ele precisa só de R$ 50 mil, R$ 60 mil, mas mesmo assim é difícil conseguir”, afirma Nazarian.
O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni, também ressalta que o cenário é extremamente prejudicial para a manutenção dos negócios. “As empresas dependem de crédito para girar seu negócio, então, obviamente, se as taxas estão altas e a oferta escassa – no momento que os varejistas mais precisam desses recursos – a operação fica muito comprometida”, afirma Felisoni.
Apesar de concordar que as micro e pequenas continuem sendo impactadas pelo cenário de crédito escasso e vendas fracas, o economista sênior da CNC, Fabio Bentes, acredita que o quadro tenha melhorado um pouco neste ano e que os fechamentos percam força no setor. A perspectiva da entidade é que no primeiro semestre o ramo ainda feche com saldo negativo – de 20 mil unidades encerradas. Mas, no segundo semestre, deve haver uma reversão do cenário, terminando o ano com estabilidade.
Maior cautela
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, o quadro descrito pelos entrevistados é natural em momentos de recessão. “Sempre existiu essa dificuldade do pequeno lojista de ter acesso ao crédito, mas na crise o risco aumenta e o banco fica mais cauteloso para conceder empréstimos.”
Ele acrescenta que, do ponto de vista do setor financeiro, é natural que as grandes empresas tenham maior facilidade de acesso ao crédito, já que o risco da dívida não ser paga é consideravelmente menor.
O quadro só deve modificar, na visão do especialista, com a recuperação da economia e a diminuição dos riscos. Mesmo assim, ele ressalta que o poder público poderia ter um papel mais atuante, diminuindo as dificuldades do setor. “O BNDES e outros bancos públicos poderiam estar mais próximos do pequeno lojista e conceder linhas mais acessíveis”, afirma.
Felisoni concorda: “Essa poderia ser uma saída para a situação, mas óbvio que com critérios claros e não de forma indiscriminada”, finaliza.
Pedro Arbex
http://www.dci.com.br/comercio/credito-escasso–preocupa-pequenos-lojistas-id631407.html